09 de Setembro de 2019

Fatos que você recebe inesperadamente: dia 8 de setembro, ontem, foi o dia mundial da alfabetização.

É engraçado (não é exatamente o termo que eu usaria, mas não pensei em nada melhor) que não há o que comemorar. Não a meu ver. Tivemos um índice de alfabetização crescente durante bastante tempo, mas parece que não foi muito eficaz, pois estamos lidando com as consequências de pessoas que não sabem interpretar um texto.

Alfabetização não tem a ver com leitura. Ler - o ato de juntar letras em sílabas e sílabas em palavras -, por si só, é vazio. Palavras tem peso, tem densidade, e ao mesmo tempo tem leveza para saírem voando por aí, se esvoaçando como sementes de um dente de leão infindável.

Alfabetização não é instrumento para formar peões que vão puxar alavancas e apertar botões, tendo suas vozes e pensamento suprimidos pelo barulho das máquinas e pelo gritos de guerra a um inimigo fantasioso, o fazendeiro se vestindo de lobo para acuar as ovelhas e deixá-las todas juntas.

Alfabetização é chave. Chave para os grilhões que encerram nosso desejos pessoais e querem nos transformar em uma massa uniforme e sem pensamentos. Uma massa moldada pelas mãos de uma criança que nem sequer sabe responder a uma pergunta sem ser rude ou ofender.

Alfabetização é o que pode salvar essa nação à longo prazo.

E a curto prazo eu só posso desejar que todos sobrevivamos e que dias melhores venham, e logo.

Chute seu fascista local.

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