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Mostrando postagens de março, 2019

Gelo

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O primeiro gelo. Aquele sim foi uma briga séria. Sabrina se irritou com Juliano por ele ter saído sozinho, e sem avisar, com sua amiga de infância e ex-namorada, Yasmim. Juliano argumentou que os dois já haviam conversado sobre isso no começo do namoro, sobre ele poder manter amizades como a de Yasmim. Sabrina lembrou que por ser começo de namoro, ela acabou aceitando, mesmo que incomodada. Agora chegara ao cúmulo de Juliano ir sozinho ao cinema com ela. A briga foi feia. Mães foram xingadas e o desempenho sexual dos dois foi criticado. Ao final, Juliano disse Não posso namorar com alguém que não aceita as minhas amizades. E saiu porta afora. Algumas horas depois, Sabrina pensou em todos os amig os que ela tinha, e que mesmo quando ela foi para uma confraternização da empresa sem Juliano, ele não reclamou (embora, com certeza, não estivesse muito feliz com isso). Tentou ligar para ele, mas sempre caía na caixa postal. Ela mandou uma mensagem no whatsapp, mandou sms, deixou até...

Momentos

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 Quando você tem um amigo metido a escritor, poeta ou filósofo, acaba escutando algumas ideias que nunca passariam pela sua cabeça. Esse meu amigo, de certa forma, é os três. Digo isso lembrando de um dia em que fui visitá-lo. Era um sábado pela manhã, mandei uma mensagem para ele perguntando se minha visita seria bem-vinda e ele me respondeu bastante animado. Realmente tinha um bom tempo que não o via, pois a presença das nossas maiores amizades é uma das coisas que a vida adulta nos priva. Cheguei na casa dele por volta das dez da manhã. Com sorte ele me convidaria para almoçar e eu não teria que comer o arroz duro que eu cozinho. – Já é quase hora do almoço. Fica. Hoje Mônica vai fazer um almoço supimpa. Era o que ele sempre me dizia, e era o que eu esperava escutar hoje. Mônica, esposa dele, como uma formada em gastronomia, era uma monstra da cozinha. Conseguia fazer as papilas gustativas de qualquer um derreter com o mais simples prato. Lembro de uma vez que quase t...

Existe Amor no Carnaval?

 Ela sacudia o seu corpo com vontade, saltava e dançava com uma destreza ímpar e hipnotizante, acima de tudo, impressionante. Impressionante como o copo descartável em sua mão não derramava uma só gota do líquido dourado e espumante que comportava. De onde estava, podia vê-la claramente. Estava com um grupinho de amigas, as quais eram ofuscadas ante a presença dela. Segurei minha garrafa de cerveja com mais força. Naquela hora eu juntava coragem para ir falar com ela. Foi quando nossos olhos se cruzaram pela primeira vez, e minha mão afrouxou. Os cabelos, depois daquela dança toda, derramavam seus cachos sobre os olhos dela. Olhos esses de um castanho-claro-claríssimo, os quais faziam você sentir que nada o que você fizesse, seria suficiente para merecer olhar diretamente naqueles olhos, mas também fazia você querer a qualquer custo tentar. Quando ela me viu, sorriu, ofegante. Os dentes perfeitamente alinhados abertos em um sorriso. De repente eu estava ofegante também. M...