Em direção ao horizonte

 

Engraçado como coisas distantes são sedutoras. Não a toa o ser humano continua encarando as estrelas, sonhando com novos planetas, planejando novas viagens, se apaixonando por desconhecidos nos ônibus, e toda sorte de coisas que nos serve apenas como uma fuga do que nos cerca. De minha parte, me pego constantemente encarando as serras que se erguem no limite da minha vista, onde diariamente eu vejo o sol se escondendo para repousar, e involuntariamente penso como será que é estar lá, sentado sob a sombra de uma árvore sem me preocupar com aquilo que me toma os pensamentos hoje em dia. Seria mais feliz longe daquilo que me oprime aqui onde eu estou agora? E quando estivesse lá, será que continuaria olhando o sedutor horizonte e imaginando a vida ainda mais longe? Continuasse dessa maneira seguiria caminhando em busca do fim do mundo, sabendo que encontraria primeiramente o meu próprio fim.

Mas tudo é fantasia, claro. Sonhar é bom, mas não podemos esquecer das raízes que criamos, que nos colocam no chão, que nos seguram quando sentimos apenas ar abaixo da sola dos nossos pés. Amigos, carreiras, objetivos são pisos em que nos apoiamos nos dias que sentirmos que nosso chão desapareceu; buscamos dividir o chão de outros, buscamos outros chãos para nós mesmos, e assim vamos seguindo, procurando nunca cair. Ainda assim, não deixa de ser interessante jogar seu olhar longe como se jogar a linha de uma vara de pescar, tentando buscar alguma pista de como seria essa nossa vida, sempre em direção ao horizonte.

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