Desista!

Não é difícil ter a súbita impressão de que, de uma hora para outra, nossa vida vai desabar sobre nós. Coloque algumas responsabilidades, prazos apertados e uma família que não colabora que em pouco tempo teremos uma pessoa altamente estressada e pronta para desistir de tudo, apenas para se ver livre desse peso.

Desistir é uma coisa boa e que faz parte da vida. A opção de desistir existe para ser usada. Desistir acaba por nos livrar de alguns pesos que carregamos desnecessariamente. Entretanto, antes de fazer isso, é importante sempre lembrarmos que a vida não tem marcha a ré. Não podemos correr o risco de olhar para trás do futuro e sentir saudade daquele emprego promissor, que você abandonou por pensar não ser capaz; aquela faculdade que você largou na metade por medo de “bancar o ridículo” com o seu TCC; aquele relacionamento que você abandonou por ter medo que não fosse dar em nada e que acabasse magoando a si mesmo e à outra pessoa.

Como podemos ver, uma das facetas da desistência é o medo. Não é a única, mas é aquela ao qual muita gente se agarra.

Então façamos um trato aqui. Desista. Desistir daquilo que faz mal abre espaço no seu inventário para novas coisas, experiências e pessoas. Desista daquele emprego que te paga mal e que você odeia, te causa crises de ansiedade e que te faz sentir mal, para que finalmente possa ir atrás daquilo que você realmente quer fazer (com responsabilidade, por favor). Desista daquela faculdade que você entrou por interesse financeiro ou pressão familiar e que vem sugando sua energia. Desista daquele relacionamento tóxico que só te faz chorar dia após dia. No entanto, nunca, nunca, NUNCA, nunquinha, desista de algo por medo. Não falo aqui do medo gerado pelo instinto de sobrevivência — pelo amor de Deus, não deixe que te levem para o cheiro do queijo mas daquele medo que vem da insegurança, o medo de falhar, de passar vergonha. Esses são sentimentos que nossa existência em uma sociedade doente e hostil implantou em nós. Segui-los é, com certeza, uma das principais receitas para se ver frustrado no futuro e com aquele velho sentimento de “Ah, se eu pudesse ter aquela oportunidade de novo”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pobre Aldeota

O Cavalo de Troia do tempo

Culpa