Encontro
Aquele não tinha sido um bom dia. Os seus professores estavam de mau humor, o que significava que ele também estava de mau humor. Para completar ele estavam sentado do lado do sol, seus miolos estavam fritando no calor de 35º, que nem parecia que já eram quatro da tarde.
– Não vai mais anoitecer nunca, é isso – resmungo para si mesmo enquanto tentava tapar o sol com uma mão. Depois tentou com a mochila, mas não conseguiu levantar aquele peso por mais que um minuto. Voltou a tentar se proteger com a mão.
– Danilo!?
Ouviu chamar seu nome, e por um segundo achou que tinha chegado a sua hora e Deus o estava chamando para o outro lado, mas em seguida sentiu um cutucão em seu ombro. Ele olhou para o corredor à sua esquerda e tentou focar na pessoa que havia lhe cutucado, mesmo com a vista escurecida por causa do sol.
– Fernanda? – ele chutou depois de um tempo. Ainda não tinha certeza, a vista ainda não o ajudava, mas a aparência lembrava vagamente.
– Isso!
Ficou aliviado ao ver que o sol não havia danificado permanentemente a sua visão. Por outro lado, que momento péssimo para encontrar uma ex-colega de escola.
– Nossa, que coincidência você por aqui.
– Com certeza. Coincidência demais – respondeu, forçando um sorriso.
– Como você está? Como anda a vida? A última coisa que eu soube de você, era que tinha conseguido entrar numa faculdade. Economia?
– Cinema.
– Cinema!?
– Pois é, talvez a próxima vez que a gente se vir, eu talvez esteja debaixo da ponte.
Fernanda riu abertamente, para que todos do ônibus soubessem como ela havia achado aquela piada engraçada. Aquela era mesmo a risada da Fernanda. Danilo lembrava bem.
– Mas e você? Como está? Trabalhando?
– Sim. Consegui um emprego na recepção de um consultório de dentista.
– Poxa, bem interessante.
– Devia ver as coisas que chegam para eu atender.
– Mau hálito?
– No melhor dos casos.
Danilo riu, e se surpreendeu com a sinceridade daquele sorriso. Estava surpreso. Aquele encontro aleatório estava sendo mesmo interessante.
Fernanda se abaixou e olhou para a frente do ônibus.
– E como tá o Bruno? Ainda estão namorando?
– Não, na ver…
– Eu nunca tinha gostado mesmo daquele cara. Cara arrogante. Só aguentava ele por perto durante o ensino médio porque vocês namoravam e você era muito amiga minha.
– Na verdade a gente tá noivo! – ela interrompeu Danilo, que congelou.
– Mas mesmo com tudo isso, era sempre divertido ter ele por perto – deu um sorriso amarelo.
– Olha – ela se abaixou de novo e olhou para a frente do ônibus – tá chegando a minha parada. Tchau. Foi muito bom te rever.
E saiu rapidamente pela porta traseira, caminhando ao lado da janela de Danilo sem sequer olhar para ele.
“Ledo engano meu achar que um encontro com alguém do ensino médio poderia ser agradável”, pensou, e seguiu no ônibus. Ainda tinha quinze minutos no sol, e torcia para algum lugar vagar, só para ele poder esfriar a cabeça.
– Não vai mais anoitecer nunca, é isso – resmungo para si mesmo enquanto tentava tapar o sol com uma mão. Depois tentou com a mochila, mas não conseguiu levantar aquele peso por mais que um minuto. Voltou a tentar se proteger com a mão.
– Danilo!?
Ouviu chamar seu nome, e por um segundo achou que tinha chegado a sua hora e Deus o estava chamando para o outro lado, mas em seguida sentiu um cutucão em seu ombro. Ele olhou para o corredor à sua esquerda e tentou focar na pessoa que havia lhe cutucado, mesmo com a vista escurecida por causa do sol.
– Fernanda? – ele chutou depois de um tempo. Ainda não tinha certeza, a vista ainda não o ajudava, mas a aparência lembrava vagamente.
– Isso!
Ficou aliviado ao ver que o sol não havia danificado permanentemente a sua visão. Por outro lado, que momento péssimo para encontrar uma ex-colega de escola.
– Nossa, que coincidência você por aqui.
– Com certeza. Coincidência demais – respondeu, forçando um sorriso.
– Como você está? Como anda a vida? A última coisa que eu soube de você, era que tinha conseguido entrar numa faculdade. Economia?
– Cinema.
– Cinema!?
– Pois é, talvez a próxima vez que a gente se vir, eu talvez esteja debaixo da ponte.
Fernanda riu abertamente, para que todos do ônibus soubessem como ela havia achado aquela piada engraçada. Aquela era mesmo a risada da Fernanda. Danilo lembrava bem.
– Mas e você? Como está? Trabalhando?
– Sim. Consegui um emprego na recepção de um consultório de dentista.
– Poxa, bem interessante.
– Devia ver as coisas que chegam para eu atender.
– Mau hálito?
– No melhor dos casos.
Danilo riu, e se surpreendeu com a sinceridade daquele sorriso. Estava surpreso. Aquele encontro aleatório estava sendo mesmo interessante.
Fernanda se abaixou e olhou para a frente do ônibus.
– E como tá o Bruno? Ainda estão namorando?
– Não, na ver…
– Eu nunca tinha gostado mesmo daquele cara. Cara arrogante. Só aguentava ele por perto durante o ensino médio porque vocês namoravam e você era muito amiga minha.
– Na verdade a gente tá noivo! – ela interrompeu Danilo, que congelou.
– Mas mesmo com tudo isso, era sempre divertido ter ele por perto – deu um sorriso amarelo.
– Olha – ela se abaixou de novo e olhou para a frente do ônibus – tá chegando a minha parada. Tchau. Foi muito bom te rever.
E saiu rapidamente pela porta traseira, caminhando ao lado da janela de Danilo sem sequer olhar para ele.
“Ledo engano meu achar que um encontro com alguém do ensino médio poderia ser agradável”, pensou, e seguiu no ônibus. Ainda tinha quinze minutos no sol, e torcia para algum lugar vagar, só para ele poder esfriar a cabeça.
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