Almoço de final de semana

Posso claramente imaginar, em alguma ou várias granjas mundo afora, centenas de galos e galinhas aos prantos, pulando e agitando as asas. As mais sensíveis emitindo suas preces que corriam o ar, um sensível e tocante "có, có, có" lamurioso. Outras, mais práticas e rebeldes, gritando protestos de "cócócó, cócócó", indignadas com a situação. E não é para menos, eu garanto, pois resolvi sair de minha casa para um passeio ao sábado e, conforme o ônibus no qual eu estava acomodado singrava as ruas do meu bairro, um único cheiro era onipresente. Por todos os lados, em todas as ruas, dezenas de churrasqueiras com sua respiração bulbosa e cinza, exalavam o odor de galinhas sendo assadas e oferecidas aos passantes sob o nome de galeto. Um verdadeiro massacre.

Não me surpreenderia se, ao avistar uma das suas querias irmãs arreganhada e tostando sobre um punhado de carvão em brasa, uma daquelas carpideiras das granjas se unisse às rebeldes revolucionárias para declarar uma guerra aos churrasqueiros e churrascarias munidas de penas, bicos e esporas elas viriam ao ataque.

Sou muito simpático à essa justa luta de minhas queridas amigas penosas. Entretanto, seria obrigado a tomar o partido oposto ao de sua luta nesse caso em específico, pois sou muito partidário de um galeto com farofa.

Não obstante, desejo a elas boa sorte.

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