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Mostrando postagens de maio, 2019

Conto: A Estatueta (Baseado em Lovecraft)

O franzino engenheiro entrou na sala do capitão, não esperou nem seu corpo inteiro estar dentro da sala para apertão o botão que fechava a sala hermeticamente. Ele arfava e com o rosto fino coberto de suor frio, ainda com algumas mechas de cabelo lhe grudando na face. A face pálida lhe dava a aparência de quem já morreu. – Toda a tripulação, senhor... Todo mundo... O Ignacio... – não sabia se tinha começado a chorar ou se uma gota de suor lhe havia escorrido para dentro dos olhos. O capitão apenas caiu em sua cadeira., afagando a volumosa barba grisalha que emoldurava-lhe a face. À sua frente tinha todo o panorama da galáxia, com todas as suas nebulosas coloridas e bilhões de estrelas em fusão nuclear. Mas ele ignorava tudo isso. Encarava uma estatueta que estava em cima do console, entre dois conjuntos de botões. A imagem tinha uma cor verde-escura, como um pântano amaldiçoado. Listras negras e iridescentes cruzavam verticalmente a superfície da figura. Tudo no ídolo parecia e...

O Quinze de Maio

O casal assistia tranquilamente enquanto a cabeça falante em um aquário fazia uma piadinha de cunho sexual com uma das participantes do jogo, para logo em seguida mandá-la girar uma roleta; tudo isso pela TV. A filha dos dois estava sentada no chão, aos pés do casal, enquanto os dois tentavam adivinhar entre eles as palavras que eram o mistério do jogo da TV. Estavam tão entretidos, quem nem repararam que a garotinha engatinhou e se escondeu atrás do sofá, tudo com um sorriso matreiro no rosto. À frente dela tinha um corredor escuro, pois as luzes do restante da casa estavam apagadas. Mas ela não foi por lá. Foi para a sua esquerda, para a cozinha, que estavam tão escura quanto o corredor, talvez um pouco mais, já que a luz da sala que adentrava lá mal fazia cócegas na escuridão presente, apenas desenhava um retângulo luminoso no chão e transformava todas as outras coisas em sombras amorfas, apenas contornos, o bastante para que ela não tropeçasse e chamasse a atenção de seus pai...

Encontro

Aquele não tinha sido um bom dia. Os seus professores estavam de mau humor, o que significava que ele também estava de mau humor. Para completar ele estavam sentado do lado do sol, seus miolos estavam fritando no calor de 35º, que nem parecia que já eram quatro da tarde. – Não vai mais anoitecer nunca, é isso – resmungo para si mesmo enquanto tentava tapar o sol com uma mão. Depois tentou com a mochila, mas não conseguiu levantar aquele peso por mais que um minuto. Voltou a tentar se proteger com a mão. – Danilo!? Ouviu chamar seu nome, e por um segundo achou que tinha chegado a sua hora e Deus o estava chamando para o outro lado, mas em seguida sentiu um cutucão em seu ombro. Ele olhou para o corredor à sua esquerda e tentou focar na pessoa que havia lhe cutucado, mesmo com a vista escurecida por causa do sol. – Fernanda? – ele chutou depois de um tempo. Ainda não tinha certeza, a vista ainda não o ajudava, mas a aparência lembrava vagamente. – Isso! Ficou aliviado ao ver que o ...